Passamos lá várias horas, ao longo de vários anos, pelo que escolher bem o colchão é fundamental para ter um sono não só tranquilo como saudável.
Tenha em conta o seu peso
Quando estamos deitados, a coluna deve estar adequadamente alinhada e existem colchões com diferentes graus de firmeza – muito firme/duro, semiduro ou macio –, que deverá ser maior quanto mais peso tiver a pessoa.
A posição em que dorme conta
O corpo tem de se adaptar à pressão exercida por todas as partes, aspeto que varia consoante a pessoa e de acordo com a posição em que dorme. Por exemplo, se dorme de lado, prefira um colchão mais macio e elástico, que se adapte facilmente; se dorme de costas, opte por um mais firme, que dê apoio na zona lombar e cervical; se se mexe muito, escolha um mais firme, para dificultar o movimento.
Maior espessura não é sinónimo de mais qualidade
O colchão não precisa de ser muito grosso para proporcionar conforto, mas também não deverá ser muito fino, para que não sinta a estrutura da cama, dificultando a qualidade do sono. Tendo em conta o perfil do “indivíduo tipo português”, uma espessura de 14-15 cm será suficiente, sendo que sendo mais alto poderá proporcionar maior conforto. Quanto à largura, é recomendável que seja cerca de 15 centímetros superior relativamente aos utilizadores.
Os sintéticos são a pior opção
Existem sintomas e/ou problemas de saúde que aparecem associados à exposição ao longo do tempo à toxicidade dos colchões, em particular os de origem sintética. São, por vezes, constituídos por substância químicas altamente nefastas para a saúde – isocianatos, formaldeído, estireno, derivados de benzeno, cloro, espuma de poliuretano que podem ser absorvidos pelo organismo através da respiração ou do contacto com a pele, favorecendo dores de cabeça, irritações/alergias na pele, olhos, nariz e garganta e, em situações mais graves, problemas respiratórios (por exemplo, asma ou bronquite), diferentes tipos de cancro (por exemplo, do pulmão, nariz ou garganta) ou problemas oculares sérios.
A melhor opção: colchões de materiais naturais
Os colchões fabricados com materiais naturais e, se possível, ecológicos, são a escolha mais acertada: não contêm substâncias químicas, metais, alérgenos; permitem uma correta transpiração; absorvem a humidade corporal; não acumulam eletricidade estática; o processo de fabrico é sustentável; e evitam problemas de saúde. Eis os principais tipos:
- Látex natural – Dentro dos naturais, existe uma vasta gama de opções. O látex natural, pela sua durabilidade, elasticidade e flexibilidade, adapta-se muito bem à forma do corpo, sendo, por isso, a escolha ideal.
- Fibra de coco – Boa ao nível da transpiração corporal.
- Crina de cavalo – Com propriedades antirreumáticas, é indicada para pessoas com reumatismo, e melhora a absorção da humidade resultante da transpiração.
- Algodão orgânico ou futon japonês – Diminui o risco de alergias pelo carácter hipoalergénico.
- Outros – Para além de colchões de lã ou cânhamo, é possível combinar diferentes materiais para tirar o melhor partido das suas propriedades, como no caso dos colchões de dupla face.
Artigo escrito pela primeira vez para a Revista prevenir em Março de 2019, com edição de Rita Alves e Nazaré Tocha.